sexta-feira, 27 de agosto de 2010

sexta-poesia

vejo os Homens como pequenos insetos
é seu mínimo que conduz meu olhar
prefiro
pessoas com piolhos
vermes
nuvens
uma comunidade dentro de um organismo

é o que desinteressa que me agrada

terça-feira, 24 de agosto de 2010

agora sei o que querem dizer com olhos de jabuticaba,
aprendi isso conhecendo você, olhando pra ti.
teus olhinhos escuros e brilhantes, que pertencem ao mundo
numa curiosidade vivaz.
quando te olho e fazes um esconderijo com os cílios,
logo penso em melindre, charme, encantamento.
és a encantadora de jabuticabas, amoras e joaninhas.
tens uma revoada de joaninhas no olhar, pequena doçura!
já tens a mim e ao redor a natureza.
já tens a ti e a beleza no olhar.
és da cor da luz do sol, pequena Sofia!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Fotografia dos Sentidos VI - para Thomas Carmona

Arte: F. Minto
vai, meu amor selvagem.
sai correndo pelas tuas matas,
brincar com teus amigos lobos,
que o esperam na clareira.
viaje pelo teu próprio tempo,
em tuas inquietudes
de um jovem apaixonado pela vida.
a voz que sai de ti
pode arrasar o que quiseres.
corra belo.
com as madeixas fumegantes
soltas ao ar...
liberte-se desse arco.
liberte-se.
revolucione-se.
como tu és realmente.
trovão.
gritando de fome nas fogueiras.
gritando violento de amor.
corra selvagem, amor.
que essa é tua vida.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

sexta-poesia

a beleza do mundo
- que queria conhecer e não sabia -
me veio de ti
- que precisava conhecer e não conhecia -
nem imaginava existir assim alguém
que me trouxesse a exatidão do amor
o abrasamento da paixão
o deslizar suave dos grão de terra

a beleza do mundo
está agora em mim
porque estou em ti e em mim
porque me sinto pleno de vida
a vida que não existia nem em sonhos
a vida que agora existe nos pequenos atos
- nos cantinhos românticos da cidade
nas entrelinhas dos livros de cabeceira
nos travesseiros suados -

quero olhar azul lá fora

(foi assim que tuas palavras vestidas de mim ficaram reverberando no meu tambor da alma)