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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

SEXTA-POESIA

acordei pelo avesso,
hoje
o tempo corria para trás
no céu sem nuvens

os sapatos descalçavam
e o suor me despia,
no centro da cidade

no dia desvivido
nada sai do seu lugar
e o manto do sono
cobre os sorrisos 
cansadamente amanhecidos

sábado, 13 de julho de 2013

hoje a felicidade é minha

minha felicidade
está numa manhã de sol
na singeleza das cores límpidas

é em dias de azuis intensos e brilhantes
que encontro o mais puro eu
é quando me sinto plena de mim

a felicidade é isso
raios de sol no mar azul
na imensidão de mim

hoje a felicidade é minha

sábado, 5 de janeiro de 2013


o buquê de jasmins manga brilha
pisca pra mim e me oferece:
todo frescor deste dia é teu!

me lambuzo de sal
mergulhada num livro
uma ficção fácil e saborosa

me translucido em metáforas e linguagens absurdas
e derreto nas páginas todo meu dia leve
meu dia leste, onde o mar parece vir engolir tudo
as vozes, os assobios agudos das crianças
folhas e alguns peixes desavisados

verão, enfim
tempo de amar sob o ventilador de teto
tempo de azul imenso, que ilumina por todas as frestas
com sua claridade que não se esvai
que fica
com o sol grudado na pele como morada

e os mosquitos reagem, irrequietos

sexta-feira, 10 de agosto de 2012


menina cor de luz
cor de sol

o sol do meio dia de um verão
 - escaldante -
quando passa traz uma trilha de cores
                                                               ideias
                                                              pensamentos
                        uma risada ecoante
                                                              livre

rodopia palavras
dispara afetos
ludibria medos
sanciona estripulias
desproporcionando o cinza
 - sempre com flores na cabeça –

por seus cachos escapam pensamentos
pendulam curiosidades
saltam criaturas de fantasia quase real

mesmo em poemas de inverno
a vitória da alma vivaz

para Vitória Rego

sexta-feira, 9 de março de 2012


quero ser aquela imensa pedra
- densa dura -
com uma fenda cosmogônica e vital

namorar o musgo
que se adere tal qual pentelhos
e todo o corpo nu ao céu
tostado e quente

das ondas a espuma de sal e sol
jorra
e da estreita fenda
escorre
água profunda da Terra


para o deslumbre dos lábios da praia

segunda-feira, 19 de setembro de 2011


quando me vi aqui
num sistema umedecido e aberto
sofrendo vento por dentro e por fora
dependurada em pedras cobertas por cracas suadas de sal
não sabia ainda voar de verdade
- eram falsas asas de argamassa pesada –
odor craquelado de uma piscina fictícia, como Walt Disney

aqui,
nesta terra que carrega verde
que esconde azuis translúcidos
que esperneia água água água...

transpiro   respiro   absorvo
- tangerina doce
Penso   resolvo   transtorno
- nuvens correntes
amo   enlouqueço   me largo
- sinceridades amenas de rio

neste lar que se tornou,
ardor de manhã quente
café de grão real
cabelos alvoroçados de desejos incontidos

sou mais rastejante,
com o ventre na terra molhada de ar
nos becos não vistos do jardim
em peles absortas de uma garoa boa de sorrir

degusto lábios,
e num gesto toco o âmago da pedra

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

sexta-poesia
















ontem mesmo
vi descer do céu
um cone de nuvem de chuva
e subir do mar
a tormenta do vento
na água

magia forte
beleza exuberante

sente-se por dentro
a potência da natureza
a eletricidade
a voracidade dos fenômenos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

sexta-poesia-pré-carnaval

do lado de lá, o transbordamento de uma nuvem imensa.

caem, paralelas à chuva, palavras de borracha
que não matam; deixam hematomas.

a cidade joga fora seus corpos enclausurados e úmidos;
aprisiona cabeças nos guarda-chuvas gelados
molhando os joelhos disrítmicos dos passos absortos em nada.

aqui, a folia bate forte no coração intenso.

as palavras entopem as artérias, batendo, poéticas, no solo asfaltado
(a simulação do sol deu início ao frevo).

um aperto de saudade do que ainda não veio.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

sexta-poesia

Sexta-feira de paixão
Pela vida
Pelo céu azul
Pelo calor intenso
Que me recobre e me adensa os desejos
De vida
De comer o céu azul
De beber o calor intenso
Sorvendo intensamente os sabores

Quero beber as bocas ardentes

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

sexta-poesia

sol
um belo dia quente
e fresco pela brisa sul
nada nada atrapalha a visão do horizonte no mar

se a opacidade não viesse de dentro
sorriria à proximidade do verão
andaria sem mãos na bicicleta
sentindo o pseudo poder de deter o mundo dentro de mim
conter tudo
me sentir enorme

e meus olhos
e meus sentires
obnubilados pela indecisão da alma
não enxergam a beleza
apenas sentem o sangue nas veias
tentando manter o corpo ereto
o coração diminuto
batendo oco e seco

solitariamente vejo cinza no dia azul

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

sexta-poesia


mergulho em ideias
absolutamente insanas.
delírios reais.
bebo copos de água salobra;
com o mar em minha porta.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

sexta-poesia

o secreto serviço do apego...
(que acontece pouco a pouco)
e numa manhã de ventos fortes
me identifico no teu cheiro

bobagens românticas?
flores na janela?

o mar de prontidão na minha porta não me deixa mentir:
os cílios pela manhã estão esbranquiçados de maré

baixo meus sentires
sento na soleira e aguardo as flechas entrarem no coração
abrasado

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SEXTA-POESIA

pensando bem
teremos tempo para comemorar
teremos tempo...
verde.
um tempo verde e cheio de sol.

 nesta nossa vida de hoje
apenas bebericar risadas leves
frescas
jasmim.

no átrio, um boi muge.
enroscam-se as mãos
enlaçadas, na verdade
e o vemos ruminar.

minhas lembranças aparecem
com a seiva viva da baba
nada, nada de achar que o mundo foi demais
que os risos foram demais
que os amores foram demais.

o tempo tem meu cheiro
rastejante entre a folhagem

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

sexta-poesia

vejo os Homens como pequenos insetos
é seu mínimo que conduz meu olhar
prefiro
pessoas com piolhos
vermes
nuvens
uma comunidade dentro de um organismo

é o que desinteressa que me agrada

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

sexta-poesia

a beleza do mundo
- que queria conhecer e não sabia -
me veio de ti
- que precisava conhecer e não conhecia -
nem imaginava existir assim alguém
que me trouxesse a exatidão do amor
o abrasamento da paixão
o deslizar suave dos grão de terra

a beleza do mundo
está agora em mim
porque estou em ti e em mim
porque me sinto pleno de vida
a vida que não existia nem em sonhos
a vida que agora existe nos pequenos atos
- nos cantinhos românticos da cidade
nas entrelinhas dos livros de cabeceira
nos travesseiros suados -

quero olhar azul lá fora

(foi assim que tuas palavras vestidas de mim ficaram reverberando no meu tambor da alma)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

sexta-poesia

abrir os olhos dá vertigem
abrir os olhos e me ver no mundo
quero apenas a brisa tola
nem fria nem quente
singela
harmoniosa

abrir os olhos dá vertigem
me vem uma mancha rosa intensa
que se contrapõe
à minha vontade de não estar

o que fazer para estar segura em teus braços?

sexta-feira, 23 de julho de 2010















se faz vida
assim brotante como raiz na água

me lembro de um dia escuro
nuvens que vinham em alta velocidade
e corriam de nós

se faz sol
no coração
acalanto quente

minha raiz cresce indiscriminadamente

quinta-feira, 8 de julho de 2010

pré sexta-poesia

dias azuis para mergulhar
seguir pé ante pé
quebrando vento com a ponta do nariz
respirando o açúcar do dia confeitado

desejo amanheceres de uma luminosidade
ligeiramente fria e aconchegante
para ficar no casulo por mais uns minutos
mas que me permita descer descalça da cama

que me venha a quentura das horas
largadas n’areia
e que o mar se aquiete
permitindo o navegar fluido das pás do remo

são dias assim que desejo e faço
a mim e aos meus
aos que rondam meu coração

deliciar-se nas nuvens de um prazer intenso
e fácil
imenso sorriso

sexta-feira, 25 de junho de 2010

SEXTA-POESIA

sexta-feira tem sabor de namoro
é o dia do festejo
da comunhão
da poesia dos lábios

a sexta das vontades básicas
das necessidades intrínsecas
dos desejos rosados de beijos

lua cheia uivante
calmamente irradia o espírito
de energia elástica
que enlaça amores
- pescadores de sereias
mar prateado de tensão flutuante

bebo sexta-feira todo dia

sexta-feira, 11 de junho de 2010

SEXTA-POESIA

nessa vida irreal que se adorna diariamente por uma ficção consciente e interminável,

duas horas para sentar debaixo da figueira e sentir o vento adentrar os poros
enquanto ondulam-se os pesqueiros multicores, torneando a baía,
é difícil de encontrar
(mais a hora do que o pesqueiro);

amar calmamente numa nesga de um sol-de-fim-de-tarde qualquer
cheirando a acerola e manga,
enquanto outras insensatezes correm por fora dos corpos,
quase desacontece
(mais porque as insensatezes correm por dentro e a calma se esvai);

na irrealidade cotidiana, as bicicletas não têm asas e sobrevoam as nuvens
e muito menos há união de bocas doces de bolo confeitado
e picolé de pitanga tirada do pé.

você pode me dizer para quê é que serve essa bobeira de todo-dia
se as delícias da realidade não são impossíveis?