segunda-feira, 31 de maio de 2010

dia felino

um gato caminha lentamente em meu peito.

na poeira do vento,
uma gota de sangue.

sumo poético.

a vida selvagem
contorna meu corpo.
permeia os sentidos.
vitaliza consciência.

caminho qual leoa à beira d’água.
busco a melhor forma dos passos.

grudaram nas alvas presas das bocas
as nódoas rubras do dia.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

SEXTA-POESIA - para Thalita Mazzilli (Fotografia dos Sentidos IXL)

Arte: F. Minto
tinha ardentia

e tinha estrela no céu também!

era vida

uma vida líquida

que a gente ingeria sem saber que era mar

(era o batuque do nosso próprio sangue)



Guaecá para Thalita Mazzilli

terça-feira, 18 de maio de 2010

NINA SIMONE - SINNERMAN


Oh sinnerman, where you gonna run to?
Sinnerman, where you gonna run to?
Where you gonna run to?
All on that day
Well i run to the rock, "please hide me"
I run to the rock,"please hide me"
I run to the rock, "please hide me, lord"
All on that day
But the rock cried out, "i can't hide you"
The rock cried out, "i can't hide you"
The rock cried out, "i ain't gonna hide you guy"
All on that day
I said, "rock, what's a matter with you rock?"
"don't you see i need you, rock?"
Lord, lord, lord
All on that day
So i run to the river, it was bleedin'
I run to the sea, it was bleedin'
I run to the sea, it was bleedin'
All on that day
So i run to the river, it was boilin'
I run to the sea, it was boilin'
I run to the sea, it was boilin'
All on that day
So i run to the lord, "please hide me lord"
"don't you see me prayin'?"
"don't you see me down here prayin'?"
But the lord said, "go to the devil"

The lord said, "go to the devil"
He said, "go to the devil"
All on that day
So i ran to the devil, he was waitin'
I ran to the devil, he was waitin'
Ran to the devil, he was waitin'
All on that day
I cried -
Power!!!!!!!
(power to the lord)
Bring down,
(power to the lord),
Power!!!
(power to the lord)
Oh yeah, woh yeah, woh yeah
Well i run to the river, it was boilin'
I run to the sea, it was boilin'
I run to the sea, it was boilin'
All on that day
So i ran to the lord
I said, "lord hide me, please hide me"
"please help me"
All on that day
He said, "child, where were you
When you oughta been prayin'?"
I said,"lord, lord, hear me prayin'"
Lord, lord, hear me prayin'
Lord, lord, hear me prayin'"
All on that day
Sinnerman you oughta be prayin'
Oughta be prayin', sinnerman
Oughta be prayin',
All on that day
I cried -
Power!!!!!!!
(power to the lord)
Go down
(power to the lord)
Power!!!!!!!
(power to the lord)
Power, power, lord
Don't you know i need you lord
Don't you know that i need you
Don't you know that i need you
Power, lord!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Segunda-Poesia - por Cibely Zenari (www.pensologodanco.blogspot.com)

a lua andava pela rua
abdusida pela mansidão da noite escura,
trupicando em estrelas despencadas e
em nuvens moribundas esparramadas.
fumaças entre as curvas da esquina
revelaram (com o passar das horas) à primeira fita -
encarnecida, guardando a noite ainda em seus lilases -
o sol, no auge de ser métrico e círculo
quando então ouro e prata se puseram a caminhar
em forças opostas, sem nunca poderem se encontrar,
mesmo que sempre tentados pela tentação de se arruinarem
pelos seus brilhos adversários.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

sexta-poesia


Te encontro na delicadeza.
Vês o mínimo do mundo.
E foi nessa simplicidade que te encontrei
Que te vivi
Te respirei.

O belo na menor beleza
No que é natural

Nada que não seja exatamente
O que é: essencial

Vives a verdade límpida
E nela vi tua singeleza

Foi nessa trilha de pequenas
Pedras e insetos
Que segui teu rumo
Que apreendi outro tempo:
O tempo da verdade do mundo
O tempo da menor distância emocional
Um tempo sem medo
Que pisa a terra, a grama, e chove

Te encontrei num raio de um sol primaveril
Difuso
Me perdi num olhar aguado de ontem

Não sei cadê a grama em mim

terça-feira, 11 de maio de 2010

é uma manhã marrom - por Thomas Carmona
















é uma manhã marrom
não é tão cedo

ele sai para o trabalho
o carro combinando com a camisa

ele veste um cadillac
"verdillac"

o dia está quente
o carro a cabeça

quinta feira
e não quer nada daquilo

se decidiu sentindo o sangue nas orelhas
a "volta quebrada"

o SEU lado da cidade
mas um lado não muito visitado

ele revive as praças
e as palestras das árvores

a gravata amarela
o sorrisinho invisível mas branco

Que se dane! "Viva o partido liberal"!

terça-feira, 4 de maio de 2010

cold water

não há quem diga que estou errada, apenas seguro
o travesseiro;
sugo suas penas como água corrente.
nobody knows that I'm not in the rhythm; nobody wants to know that there are no fear in my dreams;
my mind is full of cold rain
the river in me is true and rare; some black stones, some birds, any drop water flowing trough many clouds
toco o chão levemente apenas quando ouço Chet Baker
não adianta tocar o telefone,
são aranhas roçando a linha
um ouriçar da pele pelo novo fonema inscrito
na agulha
tattoo your skin, babe; freak me out;
listen what I'm saying: love's not so clear.
the lamp's flashing and work's almost ending
like that music: turn of the lights
seja quem for, há crocodilos rastejando
pra fora da água
sincerely,
the sky is less blue than seen with your eyes