quando me vi aqui
num sistema umedecido e aberto
sofrendo vento por dentro e por fora
dependurada em pedras cobertas por cracas suadas de sal
não sabia ainda voar de verdade
- eram falsas asas de argamassa pesada –
odor craquelado de uma piscina fictícia, como Walt Disney
aqui,
nesta terra que carrega verde
que esconde azuis translúcidos
que esperneia água água água...
transpiro
respiro absorvo
- tangerina doce
Penso
resolvo transtorno
- nuvens correntes
amo enlouqueço
me largo
- sinceridades amenas de rio
neste lar que se tornou,
ardor de manhã quente
café de grão real
cabelos alvoroçados de desejos incontidos
sou mais rastejante,
com o ventre na terra molhada de ar
nos becos não vistos do jardim
em peles absortas de uma garoa boa de sorrir
degusto lábios,
e num gesto toco o âmago da pedra
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