há o momento exato em que a vida vira filme...
houve o cortejo dos cães aos músicos de Iemanjá
as trombetas dos anjos
assegurando moradas terrenas
ao toque da canção da deusa
ao soar da música
as vidas continuam
em silêncio
num silêncio desprovido de vácuo
como se seus gestos orquestrassem a trilha sonora
vejo um musical feliniano daqui de dentro da caixa de som
terça-feira, 30 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
fotografia dos sentidos IX
Arte: F. Minto
nos olhos mareados de insônia
brilharam teus sons
tons
o esboço róseo do sorriso saudoso
esquece de apagar o que não passou
é pura invenção essa coisa de sanidade!
o poeta murcha uma rosa
para contar a dor da paixão
e aqui não é preciso dizer:
ela brilha como água viva...
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
sexta-poesia
sol
um belo dia quente
e fresco pela brisa sul
nada nada atrapalha a visão do horizonte no mar
se a opacidade não viesse de dentro
sorriria à proximidade do verão
andaria sem mãos na bicicleta
sentindo o pseudo poder de deter o mundo dentro de mim
conter tudo
me sentir enorme
e meus olhos
e meus sentires
obnubilados pela indecisão da alma
não enxergam a beleza
apenas sentem o sangue nas veias
tentando manter o corpo ereto
o coração diminuto
batendo oco e seco
solitariamente vejo cinza no dia azul
um belo dia quente
e fresco pela brisa sul
nada nada atrapalha a visão do horizonte no mar
se a opacidade não viesse de dentro
sorriria à proximidade do verão
andaria sem mãos na bicicleta
sentindo o pseudo poder de deter o mundo dentro de mim
conter tudo
me sentir enorme
e meus olhos
e meus sentires
obnubilados pela indecisão da alma
não enxergam a beleza
apenas sentem o sangue nas veias
tentando manter o corpo ereto
o coração diminuto
batendo oco e seco
solitariamente vejo cinza no dia azul
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Foto: Ana Paula Mendes
daqui da escotilha oeste, vejo a paisagem submersa em denso acúmulo de ar; posso sentir na pele o odor verde da chuva; mais ou menos como se pela ponta dos dedos víssemos o adocicado sabor da seiva, grudando feito lagartas frias no azul das veias. meu navio não pode parar na paisagem. navega na amplidão de cinzas ou azuis, flutua alaranjados e rosáceos; ventos e ondulações. neste navio, carrego os sabores das pedras, os desejos dos mares, as palpitações inesperadas do sal.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
fotografia dos sentidos XXVIII
o semblante do sol na minha memória
(que às vezes insiste em ser noturna)
vem como uma brisa quente e clara
onde a cor do mundo cintila sem vibrar
apenas iluminando...
como se a tranquilidade passasse sorrindo
tênue
serena
quase sereiamente
que é quando se sente borboleta
(aquele pingo de felicidade tola)
(que às vezes insiste em ser noturna)
vem como uma brisa quente e clara
onde a cor do mundo cintila sem vibrar
apenas iluminando...
como se a tranquilidade passasse sorrindo
tênue
serena
quase sereiamente
que é quando se sente borboleta
(aquele pingo de felicidade tola)
domingo, 7 de novembro de 2010
de dentro da cama
sinto o barulho do sol
do dia sem nuvens
é a sonoridade dos sorrisos
na leveza de um domingo azul
sinto o sol brilhando lá fora
como uma crescente asa
em minhas costas
- o cheiro do calor azul
- tranquilidade dos corpos
- a calma febre que purifica o dia
vejo o mar verdejante
e sinto o cheiro dos peixes
saltando para fora d'água
o barulho branco do sol
e sua luminosidade estérea
sinto o barulho do sol
do dia sem nuvens
é a sonoridade dos sorrisos
na leveza de um domingo azul
sinto o sol brilhando lá fora
como uma crescente asa
em minhas costas
- o cheiro do calor azul
- tranquilidade dos corpos
- a calma febre que purifica o dia
vejo o mar verdejante
e sinto o cheiro dos peixes
saltando para fora d'água
o barulho branco do sol
e sua luminosidade estérea
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