do lado de lá, o transbordamento de uma nuvem imensa.
caem, paralelas à chuva, palavras de borracha que não matam; deixam hematomas.
a cidade joga fora seus corpos enclausurados e úmidos; aprisiona cabeças nos guarda-chuvas gelados molhando os joelhos disrítmicos dos passos absortos em nada.
aqui, a folia bate forte no coração intenso.
as palavras entopem as artérias, batendo, poéticas, no solo asfaltado (a simulação do sol deu início ao frevo).
saúdo-os, caros amigos, pelas promessas e votos de vida e amor que certamente oraram nestes tempos de incertezas e crueldade de sensações. são estes nossos tempos vividos; de poesias gastas ao sol e ao vento, à erosão das entranhas mesmas. clamo teus pesares a embarcar novamente nestes dias de deleite metafórico. prazerosamente compartilho a alma.