Estive navegando...
foram tempos morando na alma do mundo.
Tempos que quando passam quase não se deixam;
rastejam pelo corpo
e somem em si mesmos: irreais.
O que passou não foi a apreensão do nada concreto.
Este tempo é o mar.
E o mar é o tempo incontável;
a segurança do impalpável, inóspito e etéreo.
É o tempo do estar da alma.
Estive navegando...
do último porto pulei dos rochedos
e perfurei a crosta d’água que segurava o mundo submerso.
Pés descalços, olhos abertos.
Caminhei a cidadela como cão.
Lambi os dorsos das casas.
Entendi.
Navio cargueiro,
é lenta sua partida.
De mala em punho, sento-me no prolongamento do cais.
Ouvido atento ao assovio de embarque.
A alma quer mais mar, mais vento.
Quer mais desenho, amplidão.
A alma quer mais alma; quer solidão.
A alma me quer.
Só.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVejo um barril ao mar e ao me aproximar sinto o cheiro do bom rum de um marujo. Navegar é preciso, mesmo por águas revoltas...
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